O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), disse nesta quinta-feira (28), durante o julgamento sobre a responsabilidade das redes sociais pelo conteúdo de usuários, que os atos cometidos no dia 8 de janeiro de 2023 na Praça dos Três Poderes demonstram a "falência" do sistema de autorregulação das redes sociais.
Na avaliação do ministro, perfis nas redes sociais transmitiram ao vivo a invasão do Supremo, do Congresso e do Palácio do Planalto e foram de alguma forma monetizados pelas plataformas.
 

"É faticamente impossível defender, após o 8 de Janeiro, que o sistema de autorregulação funciona. Falência total e absoluta. Instrumentalização e parte de conivência. Por que digo de falência? Falência porque tudo foi organizado pelas redes, ou parte das redes", afirmou.

 
Outro caso envolvendo as redes sociais e atos antidemocráticos foi lembrado pela ministra Cármen Lúcia, ao relembrar o atentado cometido por um homem-bomba em frente ao prédio da Corte, neste mês, também planejado através das redes sociais.
Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) durante os julgamentos das ações contra participantes dos atos do 8 de Janeiro. Brasília (DF), 13 de setembro de 2023 - Sputnik Brasil, 1920, 26.11.2024
Notícias do Brasil
PF: além de matar Moraes, plano golpista pretendia prender ministros do STF
O STF julga quatro processos que questionam regras do Marco Civil da Internet (Lei 12.965). A principal questão discutida no julgamento é a constitucionalidade do artigo 19, que estabeleceu os direitos e deveres para o uso da Internet no Brasil.
Os processos foram objeto de audiência pública, em que representantes do Executivo, do Legislativo, de plataformas de hospedagem de sites e de entidades da sociedade civil puderam apresentar suas visões e oferecer subsídios técnicos para a decisão a ser tomada pelo STF.