O presidente eleito Jair Bolsonaroafirmou nesta quarta-feira (21) que, se ele "afundar", o Brasil "afunda junto".
Bolsonaro deu a declaração durante um encontro com parlamentareseleitos do PSL, em um hotel em Brasília.
"O parlamento é muito importante, precisamos do parlamento e precisamos, acima de tudo, dar o exemplo. [...] Estamos no mesmo barco. Se eu afundar, não é vocês não, é o Brasil todo que vai afundar junto. E não teremos retorno", declarou.
Ao argumentar que os presentes ao encontro estão "no mesmo barco", Bolsonaro afirmou contar com o apoio dos parlamentares do PSL para aprovar projetos de interesse do governo no Congresso Nacional.
Corrupção
Ainda no discurso desta quarta-feira, o presidente eleito afirmou que a "questão ideológica" é "muito mais grave" que a corrupção.
Durante toda a campanha eleitoral, Bolsonaro afirmou que, se eleito, faria um governo "sem viés ideológico" de esquerda.
"Se nós errarmos, aquele pessoal volta e nunca mais sai. E quem vai ter que sair seremos nós. E vai faltar toco de bananeira para nós nadarmos até a África ou até os Estados Unidos. Não queremos isso para o nosso Brasil. Muito, mas muito mais grave que a corrupção é a questão ideológica. Vocês sabem muito bem disso", afirmou.
Dos 12 futuros ministros já anunciados pelo novo governo, quatro são investigados:
- Luiz Henrique Mandetta (Saúde): investigado por suposta fraude em licitação, tráfico de influência e caixa 2, o que ele nega;
- Tereza Cristina (Agricultura): investigada por supostamente beneficiar a JBS, o que ela nega;
- Onyx Lorenzoni (Casa Civil): investigado por suposto recebimento de caixa 2, o que ele nega;
- Paulo Guedes (Economia): investigado por supostas irregularidades em fundos de pensão, o que ele nega.
Segundo Bolsonaro, somente denúncia "robusta" vai tirar algum ministro do governo quando ele assumir a Presidência da República.