O governo boliviano acusou nesta segunda-feira (28) o ex-presidente Evo Morales de furar um posto de controle no domingo (27), na região de Villa Tunari, no departamento de Cochabamba, e disparar contra policiais, após denunciar um atentado contra sua vida.
"Foi o senhor Evo Morales e as pessoas que estavam no automóvel que dispararam contra a polícia", denunciou o ministro de Governo, Eduardo Del Castillo, em conferência de imprensa.
Morales postou um vídeo no Facebook feito de dentro de um carro em movimento com pelo menos dois buracos de bala no para-brisa. O boliviano é visto no banco do passageiro da frente, e o motorista parece ferido.
Em entrevista à rádio boliviana Kawsachun Coca, ele afirmou que foi seguido por outros dois veículos, onde estavam os autores do ataque, que dispararam 14 vezes contra seu carro. Ele culpou o atual governo pelo episódio.
Logo depois, o presidente da Bolívia, Luis Arce, anunciou a abertura de uma investigação para apurar o ataque contra Morales.
Morales e Arce estão em uma disputa política que rachou a esquerda na Bolívia. Ambos tentam ser o candidato do partido Movimento ao Socialismo (MAS) nas eleições de 2025.
Nas últimas semanas, bloqueios de estradas, principalmente no departamento de Cochabamba, têm ocorrido em apoio ao ex-presidente (2006–2019), cuja detenção foi ordenada pelo Ministério Público, por suposto abuso sexual de uma menor de idade quando ainda era presidente.
Morales rejeita a acusação, dizendo ser "mais uma mentira" orquestrada pelo governo de Arce para tirá-lo da disputa presidencial, já que o caso foi encerrado em 2020.