O dólar opera em queda de mais de 2% nesta sexta-feira (8), no patamar de R$ 3,83, após fechar em alta de mais de 2% na quinta-feira, quando atingiu o maior nível desde março de 2016. O recuo vem após anúncio na quinta-feira do presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, de que serão utilizados todos os instrumentos "necessários" para conter a pressão sobre o câmbio.
Por volta das 9h50, a moeda norte-americana caía 2,14%, vendida a R$ 3,8398. Veja mais cotações.
O Banco Central oferta nesta sessão até 8.800 swaps cambiais tradicionais, equivalentes à venda futura de dólares, para rolagem do vencimento de julho. Também ofertará até 15 mil novos swaps. O BC pode oferecer mais contratos ao mercado a qualquer momento, mesmo durante o pregão, para conter a alta da moeda dos EUA.
Na véspera, o mercado deu sinais de um forte movimento especulativo, enquanto investidores demonstravam cautela diante das incertezas nos quadros fiscal e político.
Pregão anterior
No pregão anterior, a moeda norte-americana subiu 2,25%, a R$ 3,9233 - maior nível desde o dia 2 de março de 2016, quando o dólar fechou vendido a R$ 3,8885. Na máxima do dia, a moeda alcançou R$ 3,9674. O dólar turismo foi cotado a R$ 4,0894.
Pela manhã, em casas de câmbio consultadas pelo G1, o dólar foi negociado entre R$ 4,08 e R$ 4,35, já acrescido do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
O mercado financeiro viveu um dia de forte turbulência e sinais de um movimento especulativo, com o dólar disparando e a bolsa em forte queda. Apesar de ter se intensificado, a tendência negativa já vinha presente no mercado financeiro nas últimas semanas, em meio a incertezas sobre a recuperação da economia e dúvidas sobre o cenário eleitoral.
Turbulências nos mercados externos e a greve dos caminhoneiros agravaram esse movimento, mas na quinta houve ainda rumores de movimentos especulativos piorando o cenário.
● dólar comercial: 3,2339
Atuação do BC
Com a forte volatilidade no mercado financeiro na véspera, o presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, reforçou que a autoridade monetária vai utilizar todos os instrumentos "necessários" para conter a pressão sobre o câmbio.
Goldfajn reiterou que o regime de câmbio flutuante está mantido e que o BC dispõe de instrumentos para conter pressões sobre o câmbio e para garantir a liquidez do mercado. Para ele, a atual volatilidade do mercado é resultado de turbulências no cenário externo.
Goldfajn anunciou uma oferta adicional, até o fim da próxima semana, de US$ 20 bilhões em leilões de “swaps cambiais”, que correspondem à venda de dólar no mercado futuro. Este tem sido o principal mecanismo utilizado pelo Banco Central para conter as flutuações da moeda americana.
Goldfajn afirmou que a avaliação é de que, até o momento, não há necessidade de uso de outros instrumentos, mas que eles estão disponíveis. Os mecanismos a que ele se refere são as reservas internacionais do Brasil e os chamados “leilões de linha”, que são venda de dólar à vista com compromisso de recompra
O Banco Central esclareceu nesta sexta-feira que o montante de US$ 20 bilhões em contratos de swap cambial que irá oferecer até o final da próxima semana são adicionais aos US$ 750 milhões que já vêm sendo ofertados diariamente em leilões de swaps, de acordo com comunicado.
De acordo com o BC, o montante total de swaps ofertados até o dia 15 de junho será de US$ 24,5 bilhões, "salvo intervenções adicionais".
"O BC se reserva o direito de não oferecer na semana que vem o leilão diário de 750 milhões de dólares e adicionar esse montante às intervenções esporádicas durante o dia", completou a nota.