principal índice de ações da bolsa brasileira (B3) operava em forte queda na manhã desta segunda-feira (28), em meio à cautela com os efeitos das medidas anunciadas na véspera pelo governo para encerrar a greve dos caminhoneiros nas contas públicas e na Petrobras. As ações da estatal caíam ao redor de 8%.

Às 11h, o Ibovespa caía 2,51%, a 76.919 pontos. Veja a cotação.

Na sexta-feira, o índice fechou em queda de 1,53%, puxado pela desvalorização das ações de siderúrgicas, bancos e da Vale.

A queda nos preços do petróleo no mercado externo e o fortalecimento do dólar frente a uma cesta de divisas endossavam o viés negativo no mercado acionário brasileiro, segundo a Reuters, em sessão sem a referência de Wall Street, onde as bolsas estão fechadas por feriado nos Estados Unidos.

Greve dos caminhoneiros

 

Os caminhoneiros continuam parados mesmo após o governo anunciar na véspera que vai reduzir o preço do litro do diesel em R$ 0,46 por 60 dias.

A estimativa é de que esse subsídio custe R$ 10 bilhões aos cofres públicos. Outros R$ 4,9 bilhões serão repassados pelo governo à Petrobras neste ano para cobrir a redução de 10% no preço do diesel nas refinarias, anunciada na semana passada. Foi acordado ainda que os reajustes no preço do combustíveis só serão anunciados a cada 30 dias, no mínimo.

A possibilidade de os petroleiros também fazerem greve à partir de quarta-feira, véspera de feriado no Brasil, também contribui para maior cautela no mercado local nesta sessão, segundo a Reuters.

 

Destaques

Destaques

 

Perto das 11h, as ações da Petrobras caíam ao redor de 5%, liderando as baixas dentro do Ibovespa, após o anúncio do governo para reduzir o preço do diesel e diante da queda dos preços internacionais de petróleo. As ações preferenciais, que dão preferência na distribuição de dividendos, caíam 8,23%, enquanto as ordinárias, que dão direito a voto em assembleias, recuavam 8,03%.

Em nota divulgada nesta segunda, a Petrobras declarou que "não subsidiará o preço do diesel e não incorrerá em prejuízo, uma vez que será ressarcida pela União, em modalidade ainda a ser definida". Na avaliação de especialistas ouvidos pelo G1, porém, a petroleira cedeu a pressões políticas e perdeu credibilidade.