O ex-piloto do Corpo de Fuzileiros Navais dos EUA Daniel Duggan será extraditado da Austrália para os Estados Unidos, onde enfrentará um processo criminal por ajudar a treinar pilotos chineses, informou o canal de TV australiano ABC na segunda-feira (23).
Em setembro de 2022, o ex-piloto militar americano, que trabalhou como instrutor de aviação na China, foi preso na Austrália a pedido das autoridades estadunidenses.
Ele está detido desde então. As audiências no caso de Duggan foram adiadas várias vezes porque sua equipe acusou o serviço de segurança e inteligência, Organização Australiana de Inteligência de Segurança, de "atraí-lo" ilegalmente da China para a Austrália para posterior extradição.
"O piloto australiano Daniel Duggan será extraditado para os Estados Unidos para enfrentar acusações por supostamente trabalhar com os militares chineses", diz o canal de TV.
A decisão, segundo o ABC, foi tomada pelo procurador-geral da Austrália, Mark Dreyfus.
O ex-piloto americano de 56 anos, que se tornou cidadão australiano há 13 anos, deverá ser extraditado para os EUA dentro de dois meses, a menos que seja apresentada uma moção de revisão.
Daniel Edmund Duggan é um ex-cidadão americano.
Ele se mudou para a Austrália depois de dez anos nas Forças Armadas dos EUA e montou uma empresa chamada Top Gun Tasmania, que oferecia voos de caça para turistas.
Para isso, ele contratou ex-pilotos militares americanos e britânicos.
Ele se mudou para a China em 2014 e, pouco depois, vendeu sua empresa.
Em 2022, Duggan foi preso devido a preocupações das autoridades dos EUA e do Reino Unido de que a China poderia tê-lo contratado para treinar seus próprios pilotos militares.
Se condenado nos EUA, Duggan, pai de seis filhos, poderá pegar mais de 60 anos de prisão.