Cinco integrantes do Conselho Superior do Ministério Público Federal pediram nesta terça-feira (13) que o procurador-geral da República, Augusto Aras, abra uma investigação sobre as declarações do presidente Jair Bolsonaro contra o sistema eletrônico de votação do país.

Os subprocuradores pedem que Aras avalie se as falas de Bolsonaro não configuram abuso de poder de autoridade e atentam contra a normalidade das eleições 2022. A representação afirma que o discurso tem "traços evidenciadores de grave e concreta ameaça ao principal instrumento de concretização de uma democracia".

Sem apresentar provas ou evidências, o presidente tem afirmado que há fraudes nas eleições e que, sem o voto impresso, não haverá eleição em 2022.

Caso seja aberta a apuração, Bolsonaro pode ser acionado no Tribunal Superior Eleitoral.

O Conselho Superior é órgão de cúpula da PGR e trata das questões administrativas. Assinam a representação os subprocuradores José Adonis, Mario Bonsaglia , Luiza Frischeisen, Nicolao Dino e Jose Elaeres Teixeira.

Para os subprocuradores, as declarações de Bolsonaro parecem ultrapassar os limites do mero [e intangível] exercício do direito constitucional à liberdade de expressão e podem configurar abuso de poder, com reflexos graves não apenas na normalidade do processo eleitoral, mas, agora, na sua própria existência.