m mês após o prédio Wilton Paes de Almeida pegar fogo e desabar no Largo do Paissandu, no Centro de São Paulo, 300 pessoas continuam acampandas na praça ao lado aguardando assistência. O edifício Caracu, vizinho ao edifício, foi desenterditado nesta quinta-feira (31).

O "prédio de vidro", como era conhecido desabou na madrugada do dia 1º, após um incêndio iniciado no quinto andar da ocupação se alastrar por toda a estrutura.

De acordo com a Prefeitura, 144 famílias receberam o auxílio moradia, constituído de uma parcela de R$ 1400 e outras onze de R$ 400. Mas, muitos desabrigados dizem não estar conseguindo resposta da Prefeitura, além de relatarem dificuldades com a documentação, já que os papéis foram queimados no incêndio.

Além disso, os banheiros químicos que deveriam ser instalados na praça pela Prefeitura, de acordo com uma decisão da Justiça Federal do dia 23 de maio, não foram colocados até agora. A Prefeitura afirmou que os banheiros ficaram presos em um dos bloqueios durante a greve dos caminhoneiros na última semana, mas não deu prazo para a instalação.

Os desabrigados também estão sofrendo com a falta de comida, já que, passado um mês, as doações feitas depois do acidente estão acabando. Muitas das crianças tambpem não estão indo à escola.

"A comida está acabando, porque fizeram doação, mas a comida acaba. A gente não sabe o que faz mais, por causa dessas crianças. Tem que arrumar uma cesta básica e moradia, a gente está há um mês aqui e não aguenta mais", Maria Aparecida de Jesus da Silva, ajudante de cozinha.

 

Edifício vizinho

 

O edifício Caracu, vizinho ao prédio Wilton Paes de Almeida, foi desenterditado nesta quinta-feira (31). Logo após o desabamento, os moradores do Caracu tiveram que deixar o local para que a Defesa Civil pudesse analisar os riscos.

 

Desaparecidos

 

Dois moradores do prédo ainda permanecem desaparecidos: Eva Barbosa Lima, de 42 anos, e Gentil de Souza Rocha, 53 anos.

Os bombeiros encerraram as buscas nos destroços no dia 13 de maio, com o número oficial de seis vítimas encontradas e identificadas.

A Superintendência de Polícia Técnico-Científica de São Paulo informou, em nota, que identificou todos os remanescentes humanos encontrados nos escombros do edifício, sendo eles:

Selma Almeida da Silva, 40 anos;

Werner da Silva Saldanha, 10 anos , filho de Selma e irmão gêmeo de Wendel;

Wendel da Silva Saldanha, 10 anos, filho de Selma e irmão gêmeo de Werner;

Francisco Lemos Dantas, 56 anos;

Walmir Sousa Santos, 47 anos;

Ricardo Oliveira Galvão Pinheiro, 39 anos;

Alexandre de Menezes, 40 anos.

Apenas a família de Walmir ainda não retirou os restos mortais para sepultamento. A perícia ainda vai concluir laudos sobre o caso.